quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Pacto suicida

Stiglitz says European austerity plans are a 'suicide pact'
Imposing austerity measures as countries slow towards recession is a fundamentally flawed response, said Mr Stiglitz, who won the Nobel prize in 2001 for his work on how markets work inefficiently.
"The answer, even though they see over and over again that austerity leads to collapse of the economy, the answer over and over [from politicians] is more austerity". (...)
"It reminds me of medieval medicine," he said. "It is like blood-letting, where you took blood out of a patient because the theory was that there were bad humours.
"And very often, when you took the blood out, the patient got sicker. The response then was more blood-letting until the patient very nearly died. What is happening in Europe is a mutual suicide pact"
(...)
Mr Stiglitz argued the best economic medicine is infrastructure spending, especially on transport and energy projects. He pointed to China as one country that had successfully combatted financial crises with stimulus packages. (...)
in The Telegraph, 17/01/2012

Memória curta

É extraordinário como ainda há pessoas que comparam os PECs do governo minoritário de Sócrates com as projecções falhadas do actual governo. A memória não pode ser assim tão curta. Se o PSD dava com uma mão, abstendo-se, tirava logo de seguida com a outra ao boicotar constantemente todas as medidas que tinham sido previamente aprovadas na AR. Quem não se recorda, por exemplo, do chumbo à revisão da Lei das Finanças Regionais? Ou dos sucessivos bloqueios às reformas na educação e na saúde? Este governo dispõe de todas as condições políticas para executar o seu programa (que é o programa da troika): para além da maioria parlamentar, do "pretexto" da troika (dá sempre jeito dizer que "é por causa da troika", fugindo assim às suas responsabilidades), também conta com a passividade e conivência do Presidente da República (o tal que nunca se engana e raramente tem dúvidas; e que para serem mais honestos do que ele têm que nascer duas vezes).

Promessas não cumpridas, previsões erradas, postura arrogante, Orçamentos do Estado que duram menos de dois meses, venda ao desbarato de empresas públicas estratégicas, desemprego histórico, espiral recessiva, colapso social iminente. Este é, sem dúvida, o governo mais incompetente e mentiroso que Portugal já teve desde o 25 de Abril.

Teria sido preferivel resistir, como mostram os casos espanhol e italiano, ter dado uma oportunidade ao PEC IV - até porque tinha o apoio dos nossos parceiros europeus, nomeadamente da senhora Merkl.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Samsung Galaxy Ace: actualizar para o Android 4.2.2

Graças ao projecto "Android for ARMv6", cujos membros participam activamente na comunidade XDA, um telefone que oficialmente não passou da versão 2.3.6 acaba de receber o Android 4.2.2 via CyanogenMod. E tudo - repito, tudo - funciona como deve ser :)

Para mais informações, clicar aqui. (Os "bugs conhecidos" mencionados no final do "Changelog" já foram entretanto corrigidos).


Nota 1: O responsável pelo projecto, Wayland_ACE, resolveu fazer uma pausa após o lançamento da versão beta 7, estando agora outro membro, Erikcas, a prosseguir o desenvolvimento do CyanogenMod 10.1 para o SGA. A última versão pode ser sacada aqui (cm-10.1-20130310-NIGHTLY-cooper.zip).
Nota 1A: CM10.1(Erikcas) - Modded by Mardon (cm-10.1.0-RC0-GT-S5830-cooper++.zip).
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Nota 2: Para quem apenas desejar actualizar para a última versão do Gingerbread (2.3.7), pode também fazê-lo via CyanogenMod clicando aqui (nightly) ou aqui (stable).

Nota 3: E para quem quiser manter-se na versão 2.3.6 (stock rom), pode sacar o último firmware internacional (livre de operadora) aqui (TPH) ou aqui.

Nota 4: CyanogenMod 9 (ICS/4.0.4) by Erikcas (cm-9.2.0-ICS-PLUS-cooper.zip) | Torch.apk

Nota 5: CM-10.1 Nightlies Jenkins (cm-10.1.0-GT-S5830-cooper.zip) (stable). Mais info aqui e aqui (stable+nightly releases). (nota: as versões "nightly" não têm (mini-)gapps. podem ser descarregadas aqui).
O GPS não funciona correctamente na última versão "stable" (Jun 26, 2013). O "fix" pode ser descarregado aqui.
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Outros links úteis/interessantes:
Fixed INT2EXT, INT2EXT+ and INT2EXT4+ for Android 4.2.x (por razões de performance, recomendo o Link2SD).
- Spirit FM (free)
...
- ported armv6 games (Temple Run 2, Subway Surfers, etc.)
...
HoRNDIS: USB tethering driver for Mac OS X

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Deriva

Como se se tratasse de uma coisa banal, Vítor Gaspar foi ao Parlamento confessar que, após menos de dois meses de execução, o seu orçamento para 2013 já está, mais uma vez, desactualizado e ultrapassado pelos factos. Nada que toda a gente não esperasse e não tivesse previsto, menos ele e os cheerleaders da sua estratégica económica. Há mais de ano e meio em funções, Vítor Gaspar já conquistou um lugar na história: ficará como o ministro das Finanças que, nos seus seis primeiros trimestres de Governo, não acertou uma única previsão — nem quanto ao défice, nem quanto ao PIB, nem quanto ao desemprego, nem quanto às exportações, nem quanto à receita fiscal. Ele dirá, defendendo-se, que foi a conjuntura internacional que o lixou — mas até isso era previsível e ele não o previu. Tentará também dizer que ninguém esperava isto, mas é falso: foram inúmeros os que disseram antecipadamente que as suas políticas só poderiam ter estes resultados. E não era preciso ser economista, nem mestre, nem doutor em economia para o antecipar: bastava ter bom senso e prudência, não sujeitando a vida das pessoas ao resultado de experimentalismos académicos e tecnocráticos. (…)
Para a história ficará também a desastrada estratégia de um governo que, tendo sido eleito com a tarefa de reformar o Estado e torná-lo sustentável, tratou antes de destruir a economia, liquidar 250.000 postos de trabalho e arrasar com impostos todo o tecido empresarial de pequena e média dimensão. E é agora, sobre os escombros deste desastre, que pretende fazer o que devia ter feito antes, quando tinha condições políticas e económicas para tal. Não sei se uma geração chegará para reparar os danos causados e voltar a dar a este país uma réstia de esperança.
Miguel Sousa Tavares
in Expresso, 23/02/2013
Durante a última campanha eleitoral, costumava lembrar aos meus amigos indecisos aquela expressão popular "entre dois males, escolhe o mal menor". Para além de muitas dúvidas sobre se a coligação PSD/CDS estaria melhor preparada para enfrentar a maior crise financeira mundial desde 1929 e a crise das dívidas soberanas europeias, os conhecidos discursos políticos neoliberais de Passos Coelho e de alguns dos actuais membros do governo, nomeadamente do ministro da Educação, Nuno Crato, sempre me fizeram temer o pior. Nunca se tratou de verdadeiramente reformar o Estado, cortando, por exemplo, nas famosas "gorduras", mas sim de refundar o Estado social sobre os princípios mais liberais da economia e mais conservadores nos valores éticos e espirituais. Um Estado à laia dos (piores) princípios do partido republicano norte-americano e da direita mais retrógrada europeia. Verdade seja dita que o presidente do PSD sempre assumiu que o seu programa era o programa da troika, independentemente do País estar sob resgate financeiro. Aliás, queria ir para além da troika. (Apesar de ir fazendo promessas demagógicas como não aumentar impostos ou não despedir funcionários públicos, entre outras). Mas a maioria dos portugueses não quis saber. Estavam demasiado ocupados em crucificar Sócrates. Pois bem, após quase dois anos de brutais sacrifícios impostos ao povo português, eis os resultados da "política da verdade, da transparência e do rigor": mais défice, maior dívida pública, número de desempregados a chegar perto de 1 milhão de portugueses. E um sentimento de decadência, de desilusão, de desesperança, enfim, um sentimento de "desengano" que já não se via desde os tempos do Portugal de antanho.

Outros links relevantes:
- Merkel condena chumbo do PEC pelo Parlamento
Passos a passo (conta de Twitter de Passos Coelho (@passoscoelho), iniciada a 6 de Março de 2010. Os tuites aqui transcritos foram publicados entre Março de 2010 e Junho de 2011).