Um jornal viola constantemente a lei publicando todas as semanas escutas parcialmente seleccionadas que fazem parte de uma investigação criminal e que estão em segredo de justiça. Um dos visados - que (ainda) não é arguido em nenhum processo - recorre aos tribunais e tenta que uma providência cautelar impeça, de novo, que o jornal viole a lei de modo a salvaguardar o seu bom nome. Isto é entendido como uma interferência do governo e rotulado de “tentativa de censura” e “atentado à liberdade de imprensa”.
Manuela Moura Guedes, ex-deputada do CDS-PP e ex-jornalista da TVI, afirma, em directo num jornal nacional, que existe censura em Portugal. Mário Crespo diz que o querem silenciar porque o jornal onde colaborava recusou publicar um texto que “era construído a partir de informações que lhe tinham sido fornecidas por alguém que escutara uma conversa num restaurante”, sem qualquer tipo de confirmação dos acusados que não exerceram o seu direito ao contraditório, e acusa o governo de censura.
Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, fala no Parlamento Europeu que “Portugal já não é um Estado de Direito”.
Será que alguém ainda acredita que um governo que é diariamente, e de forma calculada, enxovalhado e posto em causa, e que não tem maioria absoluta na AR, tem condições para continuar a governar?