Muito se tem falado nos custos da construção do TGV mas não vejo ninguém falar sobre os custos de não se avançar com o TGV. O mais curioso desta história toda é ver os que assumiram compromissos (por sinal, muito mais ambiciosos do que os actuais) e assinaram acordos, nomeadamente com o Estado espanhol, serem - agora - os mesmos que acerrimamente defendem o seu cancelamento. Mas é assim que se governa um país? Que impacto terá esta decisão para a imagem, para a credibilidade de Portugal? E o que acontecerá aos fundos europeus já alocados para este projecto?
Como já escrevi há dois anos, “(...) Todos os anos é a mesma conversa da treta. Debates, análises e estudos mas nada sai do papel. Os políticos mudam de opinião consoante as sondagens. O que hoje é verdade, amanhã é mentira. (...) Como aconteceu com os outros países europeus, grande parte do financiamento virá do Quadro Comunitário de Apoio / QREN. Uns aproveitam e avançam viagem, outros perdem-se na "partidarite" e nas balelas do costume, tornando-se cada vez mais pequenos. O actual QCA só dura até 2013. E depois? Mais uma vez, corremos o risco de perder o comboio. Literalmente.”
