1.- Não sei se Sócrates é culpado no caso Freeport. Para já, não existem provas concretas que o Primeiro-Ministro tenha recebido luvas na aprovação deste projecto. Aliás, custa-me a acreditar, mas não me custa acreditar que familiares como o tal tio se quisessem aproveitar de terem um sobrinho no Governo para tentar sacar algum. Aguardemos o resultado das investigações.
2.- Indigna-me a ligeireza com que a polícia britânica tem gerido este caso, em particular a forma prepotente como solicitou os dados bancários de um primeiro-ministro estrangeiro. Ou como pediu para efectuar escutas telefónicas sobre vários cidadãos em solo não britânico. Como reagiriam se fosse o inverso?
3.- Desde 2005 que as autoridades portuguesas aguardam documentos, entre os quais está o tal vídeo em que, de acordo com os ingleses, um certo senhor Smith afirma ter pago a José Sócrates (o mesmo senhor Smith que já veio a público negá-lo, acrescentando que tudo se esclarecerá mais tarde). Porque não enviam esse DVD às autoridades portuguesas? Porque não correspondem às diligências da Procuradora-Geral adjunta, Cândida Almeida, nomeadamente na investigação de cidadãos britânicos que em Inglaterra cometeram crimes com repercussão em Portugal? Enfim, a cooperação/colaboração deve funcionar em ambos os sentidos e não apenas num.