quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Herança difícil

No próximo dia 20 de Janeiro, Obama irá herdar um país enterrado em duas guerras e que caminha a passos largos para uma recessão económica sem precedentes. Desde o início de 2007 que a actual crise financeira já provocou mais de 1 milhão e 700 mil pobres. Sob a liderança de George W. Bush, os EUA optaram, nestes últimos oito anos, por uma política externa unilateral desastrosa: a invasão do Iraque sem o consentimento das Nações Unidas; o abandono do Protocolo de Quioto, ignorando todos os esforços feitos a nível internacional no combate ao aquecimento global; a renúncia ao Tratado de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional; a criação do campo de concentração em Guantanamo e os escândalos de Abu Ghraib (que contribuíram ainda mais para manchar a credibilidade de um país que sempre teve como lema a defesa dos Direitos Humanos).

Neste contexto, parece-me óbvio que Obama não irá conseguir cumprir todas as suas promessas neste mandato. Mas estou certo que irá realizar muito mais do que foi conseguido nos últimos oito anos, em que nada foi feito a não ser precipitar o mundo para uma crise de confiança e de segurança.

(Por seu lado, George W. Bush teve o mérito de entrar para os livros de História como o presidente mais incompetente e odiado de sempre. Não me lembro do mundo inteiro estar tão desejoso de ver um presidente americano ir embora).