sexta-feira, 30 de maio de 2008

Novas oportunidades

Ouvi na TSF que o ministro da Economia reuniu ontem em Bruxelas com os ministros responsáveis pela Competitividade dos 27, onde tomou a iniciativa de lançar um debate sobre a actual crise dos combustíveis.

Nunca simpatizei muito com Manuel Pinho, mas tenho de reconhecer que neste caso, e até agora, o ministro tem correspondido. Tendo em conta a actual conjuntura económica do País e as obrigações decorrentes de estarmos na Zona Euro, o espaço de manobra do Governo é bastante limitado. Mas é preciso fazer algo e só a 27, em conjunto, a nível europeu, é possível desenvolver uma estratégia capaz de enfrentar a actual crise do petróleo.

Convém lembrar que 40% da energia consumida na Europa utiliza o petróleo como matéria-prima e que 85% desse petróleo é importado, o que mostra uma elevadíssima dependência. No caso português, esse valor sobre para 58% em vez dos 40% da média europeia. O pior é que o consumo energético não pára de crescer, dada a correlação entre o consumo e o nível de bem-estar das populações.

Mas esta crise também pode ser encarada pelo lado positivo como um desafio no que toca às chamadas energias alternativas. Portugal é dos países europeus com maior radiação solar disponível, com uma vasta costa marítima, ventos fortes e cerca de 1/3 do território coberto por florestas. É preciso uma aposta forte no desenvolvimento tecnológico e um elevado esforço de investimento para desenvolver indústrias que suportem uma política de combustíveis de substituição dos derivados do petróleo. Desde a área dos transportes, com os veículos híbridos/eléctricos/hidrogénio, até à produção de electricidade, aproveitando as energias eólica e fotovoltaica, passando pela energia hídrica (barragens/marés) e mesmo a biomassa (combustível natural não fóssil). Para que tal se concretize, não basta apenas boa vontade e conversações. Urge uma convergência efectiva de esforços e tomadas de posição conjunta entre o Estado Português e a União Europeia porque só juntos é que vamos lá.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Desce mas sobe

O petróleo está em queda nos mercados internacionais. Em Portugal, a gasolina e o gasóleo continuam a subir. Desde a meia-noite, os preços estão mais caros na Galp e na Repsol. Apesar dos sucessivos aumentos desde o início do ano, as Finanças estão a arrecadar menos IVA com os combustíveis do que em 2007. - Fonte: SIC
Mas ainda alguém acredita que é simplesmente o "mercado a funcionar"? Assim que o preço do petróleo aumenta, reflecte-se imediatamente no preço final ao consumidor. Não deveria também acontecer o mesmo quando desce?

É urgente saber os resultados do inquérito pedido pelo ministro da Economia à Autoridade da Concorrência e perceber porque é que em Portugal o mercado da concorrência não está a funcionar. E a seguir, aplicar as medidas adequadas.

Pensamento do dia

Como é que o sétimo país mais pacífico do mundo aparece no relatório sobre violação dos Direitos Humanos da Amnistia Internacional?

sábado, 24 de maio de 2008

Sopa dos pobres

Os candidatos à liderança do PSD Manuela Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho declararam-se hoje a favor do fim do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tendencialmente gratuito para todos, defendendo que sirva quem tem menos recursos. - Fonte: Diário Digital
Aqui está um exemplo para quando me perguntam qual é actualmente a diferença entre o PSD e o PS. Hoje em dia qualquer cidadão usufrui do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que é financiado com os impostos de todos. Se alguma vez esta proposta do PSD for avante, os mais ricos vão deixar de contribuir para o SNS, promovendo a sua degradação, já que grande parte deles prefere continuar a recorrer ao sector privado. O SNS será assim debilmente financiado apenas por quem não tem recursos para pagar cuidados de saúde privados.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

sic transit gloria justiciae

Conselho Superior de Magistratura quer decidir em última instância a divisão dos lugares de estacionamento nos tribunais. Ouvido esta tarde no Parlamento sobre o novo mapa judiciário, o juiz-conselheiro Ferreira Girão disse que essa decisão «pelo seu melindre» pode desencadear «autênticas guerras».Por isso, reclama ter a última palavra. - Fonte: Sol

Contra moinhos de vento

Numa recente visita a uma Universidade de Budapeste, Steve Ballmer foi bombardeado com ovos por um estudante que ao mesmo tempo gritava “devolva o dinheiro aos contribuintes”. Parece que o protesto foi por causa de um acordo celebrado entre o Estado húngaro e a Microsoft em que esta fornece às escolas públicas o seu software a preços mais baixos do que o normal. “Este contrato custa biliões ao Estado e prende os estudantes ao mundo Microsoft sem conhecerem outras alternativas como Linux, etc”, explicou Joco, um dos autores do blog Gizmodo.

Provavelmente, este estudante até tem razão. Mas não seria mais lógico/eficaz protestar contra o governo húngaro? Afinal, a Microsoft é apenas mais uma empresa privada que procura o melhor negócio e o maior lucro. Compete aos governantes da Hungria aceitar (ou não) as condições propostas por esta empresa e estabelecer limites onde necessários.

sábado, 17 de maio de 2008

Graçolas de oportunidade

- Ubuntu Muslim Edition
- Ubuntu Satanic Edition

Isto só vem provar que Linux é coisa de terroristas e adoradores do demónio!!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Revolução (ir)racional

Enquanto os países decidem se cumprem ou não o Protocolo de Quioto, cientistas do observatório norte-americano de Mauna Loa (Havai) revelaram recentemente que os níveis de CO2 na atmosfera atingiram os valores mais altos dos últimos 650 mil anos, sendo actualmente 40% mais elevados do que no período da revolução industrial. Segundo os especialistas, estes dados podem significar que o planeta está a perder as suas capacidades para absorver o dióxido de carbono.

Ler artigo completo no The Guardian.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Portugal classificado

Nuno Simas desvenda manobras secretas de Washington nos anos quentes do PREC.



A apresentação é no próximo dia 8 mas o livro já se encontra à venda nos locais habituais. Custa 18 euros.

A não perder.